Brado amigo que não teme a necrofobia
venho de longe pedir abrigo
coveiro amigo que enterra uísque
do amigo do peito
sem pulsar seu veneno
ponho-me em respeito
seu nome a zelar
das emoções que trago
das mãos que fremem saudades
paragem das lembranças
moribundo das noites
ponho-lhes a cantar
Carrocha! Carrocha!
hás te cuidar-te
do gozo frenético e meloso
silencioso gemido
que lhe fez silenciar.

A noite segue num tamborim
onde as meninas dançam
os rapazes as acompanham
e por aqui em cada um nós
as lembranças do que deixastes
em cima da mesa, no quarto inacabado
a vida sem emoção
Carrocha! Carrocha!
hás te cuidar-te
seja lá onde estiveres, se estiveres
pois aqui seguiremos
bebendo o uísque acompanhados
na sincera emoção viva
da grata lágrima das gargalhadas em teu nome
e tudo que há e de tudo que se vai
quando tu fostes
deixando parte de ti no que hoje é a tua ausência
estranha sensação de vida é a que sentimos.


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